segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Mídia iraniana acusa vitória de “Argo” de política

Primeira-dama dos EUA anunciou o vencedor
Crédito: AFP / CP
Para a mídia iraniana, o Oscar de melhor filme a “Argo”, longa-metragem de Ben Affleck que fala sobre a crise dos reféns americanos de 1979, teve um fundo político, e a aparição da primeira-dama americana Michelle Obama, que anunciou o prêmio, também foi alvo de críticas, que atingiram até mesmo a vestimenta dela. Na avaliação da televisão estatal iraniana, a 85ª cerimônia do Oscar, nesse domingo, “foi a mais política de todos os tempos”.

O apresentador do canal iraniano acusou Ben Affleck, diretor e ator principal do filme, de ter se especializado no “exagero”, criticando-o de “aumentar as coisas de tamanho e criar cenas falsas”. Explorando alguns aspectos da realidade, o filme retoma a complicada retirada pela CIA de seis diplomatas americanos refugiados na embaixada do Canadá em Teerã. Para deixar o país, os reféns se passaram por membros da produção de um filme de ficção científica.

Os diplomatas conseguiram deixar a embaixada americana por uma porta arrombada no dia 4 de novembro de 1979 quando estudantes islamistas fizeram 52 pessoas reféns, que só foram liberadas 444 dias depois. “Argo” levou diversos prêmios ao redor do mundo.

A grande surpresa da noite dos Oscar ficou por conta da primeira-dama americana Michelle Obama, que abriu o envelope e anunciou o filme vencedor diretamente da Casa Branca. Para a televisão iraniana, a participação “reforça as dúvidas que a recompensa do filme tinha motivos políticos”. Segundo a agência Fars, afiliada à Guarda Revolucionária do Irã, força de elite do exército, “Argo” é um filme “anti-iraniano, financiado por uma empresa sionista”, em alusão ao estúdio da Califórnia Warner Bros.

No plano político, Irã e Estados Unidos não têm mais relações diplomáticas desde a crise dos reféns. As tensões permanecem com o programa nuclear iraniano, suspeito pelos países ocidentais de ter um viés militar apesar das negativas de Teerã.
Fonte: AFP

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